quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Botulismo em Equinos

  O Botulismo é uma doença neurológica potencialmente fatal causada por toxinas produzidas por uma bactéria produtora de esporos chamada Clostridium botulinum.
  A doença ocorre principalmente quando os cavalos ingerem forragem contaminada com toxinas. Os alimentos mais susceptiveis ao crescimento do Clostridio e respectiva produção de toxinas são o feno e a silagem. Muitas vezes os alimentos contaminados não apresentam cheiro nem aspecto alterado pelo que é difícil detectar a contaminação. A contaminação dos alimentos pode ocorrer seu processamento ou durante o armazenamento. Tambem pode ocorrer intoxicação ao comer esporos presentes no solo (pastagem). A contaminação de feridas com esporos do Clostridium botulinum tambem pode resultar na absorção das respectivas toxinas e causar doença.

Após ingestão ou contato com uma ferida a toxina entra no sangue do cavalo, circula por todo o organismo e fixa-se nas células nervosas motoras bloqueando a transmissão de impulsos dos nervos para os músculos resultando num estado de fraqueza muscular e paralisia.

Sinais Clínicos: Normalmente nota-se: aumento de salivação devido à dificuldade em engolir saliva; deixar cair os alimentos da boca pela mesma razão; falta de apetite; alterações nos andamentos; tremores musculares; postura de decúbito frequente; língua flácida e fora da boca. Devido à paralisia do trato intestinal, os cavalos tambem podem mostrar sintomas de cólica.



Botulismo em Cavalos


Diagnóstico: pode ser um desafio descobrir o diagnostico da doenca. Fazer uma análise às fezes ou aos alimentos que o cavalo ingeriu é um teste com mais probabilidades de dar resultados fiáveis. No entanto, muitas vezes o diagnóstico é obtido por exclusão de outras doenças compatíveis com os mesmos sinais clínicos.

Tratamento: O Botulismo geralmente culmina com a morte do cavalo. O tratamento consiste em cuidados de manutenção intensivos pelo que na maior parte dos casos é recomendada a hospitalização dos animais afectados. Deve ser estimulada a ingestão de alimentos. Nos casos em que isto não é possível os cavalos têm de ser alimentados através de entubação naso-gástrica. Por vezes tambem é necessário evacuar manualmente o recto e a bexiga urinária. Se o cavalo não se aguenta em pé, pode ser necessário mantê-lo suspenso com cintas de modo a evitar os problemas associados ao decúbito prolongado nos equinos. A administração de soro antitoxina é parte integrante do tratamento do botulismo.

 Quando os cavalos recuperam da doença, não tendem a ficar com qualquer tipo de sequela e podem voltar a ter uma vida completamente normal.



 



Fontes:
BOTULISMO EM CAVALOS
http://www.equisport.pt/pt/artigos/maneio-tecnica/botulismo-em-cavalos
Botulismo
http://altissimomedvet.blogspot.com.br/2009/09/botulismo.html
Botulismo
http://agropet-rn.blogspot.com.br/2010/01/botulismo.html

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Habronemose

habronemose é uma helmintose que acomete equídeos (equinos, asininos e muares), e tem como agente etiológico um nematódeo, o Habronema muscae. Podem ocorrer de 4 formas:


Habronemose Cutânea

Esta é a forma mais comum em equinos. É iniciada por uma lesão previamente existente no animal, geralmente presentes nos membros (onde é mais comum ocorrer acidentes), sendo posteriormente contaminados pela larva da moscas infestadas por H. muscae. Haverá problemas de cicatrização da lesão em conseqüência do desenvolvimento dessas larvas no ferimento, criando um tecido de granulação cutânea e uma secreção pruriginosa.

diagnóstico é feito facilmente, através da identificação das larvas encontradas em lesões, através de raspado de pele ou biópsia da lesão.O tratamento cirúrgico é recomendado em casos de feridas que não cicatrizam e nódulos calcificados que causem transtornos estéticos. O uso de medicamentos também é realizado.


Habronemose Conjuntival

Caracteriza-se pelo aparecimento de uma ferida elevada e proliferativa, em regiões que sempre estão úmidas, como a orbital, geralmente no canto médio do olho. Quando as moscas pousam na região ocular, acabam por deixar as larvas da H. muscae, gerando lesões nessa região. O diagnóstico da habronemose conjuntival é feita através da presença de larvas na conjuntiva e durante a necropsia.
O tratamento é feito através de uma limpeza do olho do animal com solução salina estéril. Para que haja uma diminuição da inflamação e também ação antibacteriana, utiliza-se uma pomada oftálmica com antibiótico e corticóide.

Habronemose Pulmonar

O pulmão pode ser atingido pelas larvas aberrantes ou erráticas. As larvas depositadas próximo ao nariz migram para os pulmões, gerando granulomas parasitários próximos aos bronquíolos, induzindo uma peribronquite nodular. Raramente, durante a migração larval pode ser detectado leves sinais de bronquite. Os nódulos podem ficar cobertos por um material caseoso; em potros, abscessos associados ao Rhodoccocus equi podem agravar o quadro. Na maioria dos casos, esta forma de habronemose é assintomática.
O diagnóstico é feito apenas através da necropsia.

Habronemose Gástrica

Não é facilmente detectada. Esta forma ocorre quando os animais ingerem a larva do parasita causador da habronemose,que são deixadas pelas moscas próximo à região da boca do animal ou nos alimentos. Quando chegam ao estômago, essas larvas instalam-se e se desenvolvendo até a fase adulta, quando liberam seus ovos no ambiente junto com as fezes dos animais parasitados. As fezes irão atrair algumas espécies de moscas que serão hospedeiras intermediárias do parasita causador da habronemose. Os sinais clínicos mais característicos desta forma são redução de peso, queda de pêlo, diminuição do rendimento físico, úlceras gástricas, cólicas sucessivas, e quando não for devidamente tratada, pode levar o animal à óbito.
O controle desta afecção pode ser feito através da remoção das fezes, cama suja e lixo dos estábulos e das residências; higienização e desinfecção completa do ambiente em que o animal vive.





www.infoescola.com/doencas/habronemose-equina/

Tétano

O tétano é uma doença causada por toxinas produzidas pela bactéria Clostridium tetani, caracterizada por rigidez muscular (tetania), podendo levar à morte por parada respiratória ou convulsões. 

Patofisiologia:
é encontrado no ambiente (solo ou fezes) em todo o mundo. A infecção ocorre mais comumente por ferimentos, mas qualquer situação de anaerobiose contaminada pode levar ao desenvolvimento do tétano. 

Sistemas Afetados:
Neuromuscular
Podem ser afetados outros sistemas em caso de complicações, tais como respiratório em pneumonias aspirativas ou escaras de decúbito. 

Sinais Clínicos:
Andar rígido.
Rigidez muscular generalizada, principalmente nos músculos de sustentação, o que leva a uma postura típica de “cavalete”.
Opistótomos.
Trismo (“mandíbula travada”). 

Fatores de Risco:
Ferimentos ou locais de aplicação de injeções que possam criar condição de anaerobiose. 
Ambientes altamente contaminados por fezes. 
Animais não protegidos por vacinação. 

Prevenção:
Vacinação através de 2 aplicações (dose e reforço) com 4 semanas de intervalo, seguida de vacinação anual de reforço.
Evitar ambientes com potencial de risco.
Limitar ao máximo a contaminação fecal.
Limpar ferimentos e administrar toxóide tetânico se o animal não tiver sido vacinado nos últimos 6 meses.
Em ferimentos infeccionados, realizar drenagem mantendo-os abertos. 

agrolink.com.br/vacinas/artigo/tetano-em-equinos

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Leptospirose Equina





  A Leptospirose é uma doença provocada por uma bactéria, causando diferentes síndromes, sendo transmitida principalmente através da urina de roedores infectados. Causada pela infecção de diferentes espécies do gênero Leptospira spp., atualmente a doença é de distribuição mundial, tendo maior prevalência em países tropicais e sub-tropicais.
  No início do processo infeccioso a bactéria causadora da doença penetra pela pele e mucosas e chega até o sangue. A evolução da doença depende da vulnerabilidade do hospedeiro. Em alguns casos ocorre a hemólise intravascular, anemia, icterícia e hemoglobinúria. No útero da égua prenha pode causar aborto e os fetos abortados assim como as secreções uterinas também são fonte de contaminação para outros animais.

A fase aguda da doença termina com o surgimento de anticorpos específicos e fagocitose das leptospiras da circulação, que passam a se alojar nos túbulos renais. Neste novo local a bactéria é eliminada pela urina de forma assintomática, contaminando o meio ambiente e infectando outros animais.

Sintomas: o prejuízo pode ser grande ao se referir a parte de reprodução. A 
maioria das infecções não aparecem. O que se observa é uma oftalmia periódica após ter passado a fase febril. Porém há descrições de casos de leptospirose com sintomas hepatonefríticos e cardiovasculares

Diagnostico: 

  • Diagnóstico direto (pesquisa das leptospiras): é feito o exame histopatológico de fragmentos de órgãos corados e a microscopia de extensões obtidas a partir de sangue, urina, sêmen ou conteúdo estomacal de fetos abortados. Pode ser feito também o isolamento em meios de cultivo e o isolamento por inoculação experimental em animais de laboratório (hamster, cobaia jovem).
  • Diagnóstico indireto (sorologia): prova de soroaglutinação microscópica – a reação de microaglutinação com antígenos vivos é a prova sorológica de escolha para a confirmação do diagnóstico de leptospirose. Enviar ao laboratório ao menos 1 mL de soro não hemolisado, de colheita recente, refrigerado ou congelado. O ideal é enviar ao menos 2 amostras, com intervalo de 2 a 4 semanas.

Tratamento: Após a confirmação, o tratamento pode ser realizado com antibióticos, destacando-se a estreptomicina, penicilina e tetraciclina. Exames frequentes são eficazes na prevenção e no diagnostico precoce. É importante também realizar controle dos animais que ingressam na propriedade e drenagem ou isolamento de áreas alagadiças que podem conter o agente infeccioso.

Prevenção: a prevenção deve ser feita frisando o controle de roedores, o isolamento, o diagnóstico e o tratamento de animais doentes. A vacinação também é importante e no mercado já existem diversos tipos de vacina contra a leptospirose.

Fonte: Microbiologia veterinária e doenças infecciosas - P. J. Quinn,B. K. Markey,M. E. Carter,W. J. Donnelly,F. C. Leonard; LEPTOSPIROSE EM EQUINOS: COMO COMBATER ESTA IMPORTANTE CAUSA DE PERDAS NO AGRONEGÓCIO, Ouro Fino Saúde Animal, Raquel Albernaz; Doenças parasitárias- Prof. Argemiro Sanavria. 

Oxiurose

  Hoje iremos falar sobre a Oxiurose, uma doença de distribuição mundial, que afeta principalmente animais adultos. O Oxyuris equi é uma espécie de parasita pertencente à classe Nematoda, ordem Ascaridida, família Oxyuridae

Causas: Essa doença está associada comumente a falta de higiene nas instalações e no ambiente. Oxyuris equi costuma se localizar no ceco, cólon e reto. O ciclo de vida é simples e direto, as fêmeas adultas migram do intestino até a região perianal do animal e depositam os ovos envoltos por uma substância gelatinosa, que mantém os ovos fixos no local até se desenvolverem de 4 a 5 dias. 

                                                            Oxyuris depositando os ovos na região perianal.

  Com a ingestão dos ovos, ocorrerá infecção, e as larvas serão liberadas no intestino delgado, movendo-se para o ceco e cólon, onde ocorrerá a muda. Os ovos resistem a dessecação, podendo permanecer por longos períodos no ambiente e o período pré-patente é de 5 meses.
  A principal fonte de infecção são os próprios equinos, pois quando os ovos são depositados no ânus do equino, provoca intenso prurido ou coceira, e na tentativa de aliviar essa coceira, os equinos mordem a cauda, ingerindo os ovos, esfregam-se nas baias, cercas, troncos, contaminando as instalações e em muitos casos, a água e os alimentos. Por essa razão que animais estabulados acabam apresentando uma eleva carga desse parasita.

Sintomas: As larvas fixadas podem danificar a mucosa intestinal e provocar cólicas. Muitas vezes mostram a perda de pelo e pelos opacos. As feridas também podem se infectar com bactérias ou atraem moscas secundárias. A doença normalmente não é grave, seu incômodo maior se dá pelo prurido anal intenso e pelo ato de roçar, onde o animal acaba machucando essa região, aumentando as chances de infecções bacterianas.   

Diagnóstico: Sinais clínicos de inquietação, prurido intenso ao redor do ânus, falta de apetite ou perda peso. Porém o melhor método para diagnosticar esses parasitas consiste em aplicar na região anal e perianal uma tira de fita gomada transparente, os ovos presentes, ficarão agarrados na fita, que deve ser examinada.

Tratamento: Para o tratamento recomenda-se a aplicação de ivermectina e oxibendazole.

Prevenção: Como forma de prevenção deve- se diariamente limpar as instalações dos animais, podendo utilizar desinfetantes a base de fenol, por exemplo. 
Por enquanto não existe vacina para proteger cavalos tornando-os imunes.

Fonte: Microbiologia veterinária e doenças infecciosas- P. J. Quinn,B. K. Markey,M. E. Carter,W. J. Donnelly,F. C. Leonard; Doenças parasitárias- Prof. Argemiro Sanavria; OXYURIS EQUI - uma doença comum em animais estabulados, Tamyris Furtado de Lima, Ouro Fino Saude Animal.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Brucelose





  A Brucelose é uma zoonose de distribuição mundial causada por bactérias. Além de contaminar os bovinos, ela pode contaminar outras espécies de animais tais como: suínos, caprinos, ovinos, cães, gatos e equinos. A maioria destas espécies pode passar a doença para o homem. Existem varias espécies de "Brucellas". No Nosso meio, a principal fonte de contaminação para os equinos, é a "Brucellaabortus",devido ao grande contato de nossos equinos com o gado.

  As brucelas resistem bem ao meio ambiente. Se as condições de pH, temperatura e luz estiverem favoráveis, elas resistem vários meses na água, fetos, restos de placenta, fezes, lã, feno, materiais e vestimentas e, também, em locais secos (pó, solo) e a baixas temperaturas. No leite e produtos lácteos sua sobrevivência depende da quantidade de água, temperatura, pH e presença de outros micro-organismos. Quando em baixa concentração, as brucelas são facilmente destruídas pelo calor.
A pasteurização, os métodos de esterilização a altas temperaturas e, mesmo a fervura eliminam as brucelas. Em produtos não pasteurizados elas podem persistir durante vários meses. Na carne sobrevive por pouco tempo, dependendo da quantidade de bactérias presentes, do tipo de tratamento sofrido pela carne e, da correta eliminação dos tecidos que concentram um maior número da bactéria (tecido mamário, órgãos genitais, linfonodos).
    A bactéria penetra no organismo pela mucosa oral, nasofaríngea, conjuntival ou genital e pela pele intacta.      
              
  • Como ocorre a contaminação na espécie equina?  A Principal fonte de contaminação para os eqüinos é o contato direto com bovinos infectados, seja através da ingestão de pastagens contaminadas com a bactéria ou através da utilização de agulhas, seringas e materiais cirúrgicos não esterilizados, que infelizmente ainda é uma prática muito freqüente em nosso meio. Uma outra fonte muito freqüente de transmissão da doença é através do aleitamento artificial de potros quando se utiliza leite cru de vacas contaminadas. A transmissão sexual da doença, ao contrario do que ocorre nos bovinos é considerada bastante rara, mas a sua ocorrência não deve ser totalmente descartada.
  • Quais são os sinais e os sintomas da doença?  O animal clinicamente doente pode apresentar febre intermitente, fraqueza, emagrecimento e letargia. É freqüente a ocorrência de processos inflamatórios nos ossos e nas articulações (artrite, laminite, tenossinovite, bursite e osteomielite), com a ocorrência de edema pronunciado nas juntas, e uma grande sensibilidade dolorosa. Um dos sinais mais característicos da doença, embora não ocorra com muita freqüência é o chamado "MAL DA CRUZ" ou "MAL DA CERNELHA". Este tipo de lesão aparece como o nome já diz, na região da cernelha, onde se forma uma  área de edema, que vai aumentando de tamanho até se romper através de uma fistula, geralmente em forma de cruz, de onde sai uma grande quantidade de secreção. Os abortos e reabsorção fetal, podem ocorrer, devido a fraqueza e aos picos febris que o animal apresenta. Existe a ocorrência de portadores assintomá ticos, que são animais que embora contaminados, não apresentam sinais ou sintomas clínicos da doença. Estes animais só podem ser reconhecidos através da realização de testes sorológicos específicos.
  • Existe tratamento para a doença?   A Brucelose não tem cura! Um animal infectado permanece portador por toda a vida. Existem alguns medicamentos que podem diminuir os sintomas clínicos da doença e que são utilizados dependendo da fase da enfermidade em que o animal se encontra. Quanto mais tardia a doença for diagnosticada, mais difícil será o tratamento.
  • Como se diagnostica a doença?   De 7 a l5 dias após a contaminação pela bactéria, o animal começa a produzir anticorpos contra a doença, que podem ser detectados através de exames sorológicos específicos.
  • Como controlar a doença?Realize testes periódicos para o diagnóstico da brucelose equina em todos os animais de sua propriedade. - Exija atestado contra a brucelose de todos os animais que forem entrar na sua propriedade.-Sempre que comprar um animal, realize um teste sorológico antes de introduzí-lo no plantel.- Quando utilizar leite de vaca no aleitamento artificial, não esqueça de ferver.- Desinfete rigorosamente os estábulos, cochos e todos os locais onde tenha ocorrido um caso de aborto.- Não utilize agulhas, seringas e material cirúrgico não esterilizado.- Lembre-se que esta é uma das principais fontes de contaminação para muitas enfermidades.

            
A vacinação diminui drasticamente o número de abortos em um rebanho e aumenta a resistência à infecção, mas não erradica a mesma. A associação da vacinação e eliminação dos animais infectados aumenta as chances de eliminação dessa zoonose. Alguns países utilizam a vacinação para equinos como forma de controle.
             
O tratamento para a brucelose animal não é recomendado, pois existe grande risco de insucesso, em razão à presença intracelular da bactéria, que impede os antibióticos de alcançarem concentrações ótimas para eliminá-la.


(Recomendamos que em caso de suspeita de qualquer tipo de doença um veterinário seja consultado para melhor tratamento do seu animal.)

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Herpesvírus Equino (EHV-1 e EHV-4)

  O “EHV-1” e “EHV-4” estão relacionados com os herpesvírus de equinos que provocam problemas respiratórios, neurológicos e aborto. O período de latência é longo e o vírus pode ser re-ativado de repente e resultar numa nova excreção viral (“EHV-3” é a forma venérea de herpes e é transmitida principalmente via sexual).

O EHV-1 e EHV-4 são endêmicos ou estão presentes na maior parte dos cavalos em todo o mundo. O EHV-1, tal como o EHV-4, pode causar sintomas respiratórios, mas também é conhecido por provocar aborto e problemas neurológicos. O EHV-1 (doença neurológica ou paralítica) também conhecido por mieloencefalopatia viral equina é o único de todos os vírus que provoca problemas neurológicos, que se transmite diretamente de cavalo para cavalo pelos aerossóis e não através de um vector como o mosquito. Este facto aumenta a preocupação quando há um grande aglomerado de equinos (concursos, eventos, etc.)



O EHV-1 e o EHV-4 podem ser transmitidos entre cavalos através do corrimento nasal ou ocular, restos fetais de um aborto ou simplesmente por contacto directo entre cavalos via aerossóis. O vírus tem uma elevada capacidade para permanecer num estado latente (cavalo assintomático) até que alguma causa externa (stress) possa re-activar o vírus. Uma vez que o cavalo é portador do EHV, fica infectado para o resto da vida, o que significa que o vírus pode a qualquer momento ser re-activado, provocar sintomas clínicos e infectar outros cavalos. Estes “portadores silenciosos” que disseminam a doença sem exibirem sintomas podem ser uma ameaça para qualquer cavalo que não esteja protegido.

Provou-se que a vacinação reduz os sinais clínicos respiratórios e diminui a excreção do vírus. Este facto pode diminuir a incidência de abortos. Apesar de não estar provado que a vacinação seja eficaz contra o herpesvírus equino que provoca doença neurológica, é importante tomar medidas que previnam ou reduzam a transmissão do EHV-1.

Sintomas:

- EHV doença respiratória

  • Temperatura bifásica (40° – 42 °C)
  • Anorexia
  • Letargia
  • Linfadenopatia
  • Corrimento nasal e ocular (“olho vermelho”)
- EHV aborto ou doença neonata

  • Desde a infecção até ao aborto varia de 2 semanas a vários meses
  • Éguas com infecção respiratória silenciosa abortam no 7º-11º mês de gestação
  • Doença neonatal: problemas respiratórios ou hepáticos – diagnóstico insuficiente
- EHV-1 doença neurológica (“mieloencefalopatia viral equina”)
  • Início rápido, semelhante a um acidente vascular cerebral, seguido de um rápido agravamento dos sintomas em 48h
  • Pode não exibir sintomas respiratórios, mas pode ter febre
  • Inclinar a cabeça
  • Flectir os cascos
  • Ataxia, particularmente na zona da garupa
  • “Cauda descaída” – incontinência e/ou dificuldade em defecar
Diagnóstico: O herpesvírus equino deve ser considerado com base nos sinais clínicos e história de surtos de aborto (muitas éguas a abortar na mesma exploração). A doença respiratória é atribuída ao EHV-1 ou EHV-4 pela identificação do vírus através de esfregaços nasais ou testes serológicos. A mieloencefalopatia viral equina também pode ser diagnosticada pelos mesmos métodos e através da análise do líquido cerebrospinal. Nos casos em que o herpesvírus provoca aborto, o feto e a placenta devem ser examinados para detectar lesões patológicas podendo o vírus ser isolado nos órgãos fetais. Todos os produtos fetais resultantes de um aborto e a placenta devem ser mantidos e examinados para o herpesvírus equino independentemente de haver outra causa suspeita de aborto.

Tratamento: O tratamento de cavalos com herpesvírus baseia-se principalmente no tratamento sintomático. É importante manter as camas altas e confortáveis, administrar antibióticos de largo espectro, anti-inflamatórios ou antivíricos. Estas medidas são importantes para manter os cavalos confortáveis e ajuda a aliviar os sintomas. Os cavalos com mieloencefalopatia viral incapazes de se manter de pé, poderão ter de ser sustentados por equipamentos próprios.

Prevenção: O maneio e um programa de vacinação completo são dois dos aspectos mais importantes no controle do EHV. O principal objectivo no controlo do EHV é reduzir os sintomas respiratórios e a excreção viral. Todos os cavalos que entrem numa exploração nova devem passar por quarentena durante 14-21 dias e devem ser feitas medições diárias da temperatura. É essencial haver boas condições de higiene, pois as partículas virais podem ser transmitidas através de equipamentos ou no vestuário dos tratadores. Após saída dos cavalos, as boxes devem ser desinfectadas. Todos os cavalos que exibam sintomas respiratórios devem ser isolados até confirmação de diagnóstico, pois o vírus é muito instável e não suporta grandes distâncias. As éguas que abortaram devem também ser isoladas.
  Como a imunidade natural tem uma duração curta, a vacinação é uma medida importante no programa de controlo da EHV pois está provado que reduz a excreção viral e a incidência de abortos.

  • A vacinação protege contra o herpesvírus que provoca a doença neurológica?
    - Todas as estirpes de EHV-1 podem causar problemas respiratórios e aborto, mas algumas são “não-neurológicas” e como tal não provocam problemas neurológicos. Não está provado que a vacinação tenha protecção contra mutações virulentas do EHV-1, mutações essas que provocam problemas neurológicos graves. Como tal, é essencial tomar todas as medidas de precaução, incluindo a vacinação, a fim de reduzir a circulação do vírus na população equina.
  • Em caso de surto de EHV neurológico os cavalos devem ser vacinados?
    Não interessa esperar que surja um surto para vacinar. Cavalos doentes nunca devem ser vacinados e vacinar cavalos que estão expostos a um surto de EHV é pouco eficaz, não diminuindo a excreção viral. Os cavalos vacinados antes de um surto, apresentam um risco menor de ser infectados durante o surto.
(Recomendamos que em caso de suspeita de qualquer tipo de doença um veterinário seja consultado para melhor tratamento do seu animal.)

Fonte: HERPESVÍRUS EQUINO (EHV-1 AND EHV-4). Disponivel em: <https://www.zoetis.com.pt/node/4696>. 

Influenza Equina

  Também conhecida como tosse cavalar, e semelhante a gripe humana, a Influenza Equina é causada por um vírus. É uma doença altamente contagiosa , e ataca principalmente animais com menos de 5 anos , ou que foram trazidos do campo para cocheira.

                                                                     Cavalo de repouso.

Sintomas: Produz febre, calafrio, respiração acelerada, perda de apetite, lacrimejamento, corrimento nasal, e ocular, inflamação da garganta, primeiro prisão de ventre, depois diarreia fétida, tosse. Os garanhões podem apresentar orquite e o vírus se encontra no sêmen muito tempo depois. É freqüente o aparecimento de edemas nas partes baixas e a presença de catarros nas vias digestivas e respiratórias. 

São contagiosas as secreções nasais, a urina, fezes, por isso os animais devem isolados, protegidos para evitar complicações. O contágio também pode ser por via indireta através da água, alimentos e objetos contaminados. Nos casos simples os animais se recuperam de 1 a 2 semanas. As perdas em conseqüência de mortes são pequenas e, geralmente ocorrem devido às complicações (infecções secundárias como: peneumonia, enterite, degeneração do coração, fígado, etc.), 
Um método bastante viável após contaminação é isolar os devidos animais.

Tratamento: Deve-se proporcionar ao animal um lugar para repouso, seguro, sem correntes de ar e limpo, onde o animal tenha uma alimentação balanceada e de fácil ingestão e água limpa. Em casos mais avançados recomenda-se o uso de medicamentos a base de sulfanilamida e antibióticos associados. 

(Recomendamos que em caso de suspeita de qualquer tipo de doença um veterinário seja consultado para melhor tratamento do seu animal.) 

Fonte: Doenças e Afecções - Influenza Eqüina. Lúcia Helena Salvetti De Cicco. Disponivel em: <http://www.saudeanimal.com.br/influenza.htm>.

Pitiose Cutânea Equina

   A Pitiose é uma doença nos equinos causada pelo Pythium insidiosum, é apresentada como uma infecção natural. Essa infecção pode se desenvolver em várias espécies, mas nos equinos a doença possui maior ocorrência, com manifestações típicas, incluindo tecido de granulação, secreção sanguinolenta, fístulas, prurido e saída de kunkers, de modo que, a presença de tais sinais, podem ser considerados a manifestação da doença. Sendo importante considerar que não existe um tratamento eficaz.

A Pitiose evolui rapidamente e pode matar o animal.                         

Epidemiología:
Para haver a produção de zoósporos são necessárias temperaturas entre 30 e 40 °C e o acúmulo de água em banhados e lagoas. A grande maioria dos casos de pitiose tem sido observada durante ou após a estação chuvosa e 
em regiões tropicais e subtropicais.
                                       

  Não existe predisposição por raça, sexo, idade ou necessidade da existência de solução de continuidade (porta de entrada) para a infecção, a transmissão homem - animal ou de animal - animal não precisa de predisposição ou solução de continuidade, não havendo relatos de transmissão direta entre animais.

Sinais clínicos: A lesão se caracteriza pela formação de graves ulcerações granulomatosas e granulocíticas sobressalentes com bordas irregulares e em forma de cratera(Figura 2). Após a lesão, as células mortas se comportam como corpo estranho, desencadeando uma resposta inflamatória do organismo com a finalidade de promover a sua fagocitose, permitindo o reparo do tecido afetado. Na pitiose o processo da regeneração e cicatrização ocorre na presença de massas necróticas e calcificações que se desprendem facilmente, de coloração branco-amarelada cujas dimensões variam de 2 a 10 mm de diâmetro chamado "kunkers" (Figura 4).





Tratamento: Muitos tratamentos têm sido instituídos utilizando métodos químicos (antifúngicos), cirúrgicos e imunoterápicos, sendo o sucesso do tratamento influenciado pelo tamanho da lesão, local e duração das lesões, assim como a idade, o estado nutricional e fisiológico do animal. As drogas antifúngicas tradicionais são ineficientes contra o P. insidiosum.

Sendo assim, se não forem encontrados métodos na melhora do animal e no tratamento, provavelmente ele não ira resistir e acabara ocasionando a morte.

(Recomendamos que em caso de suspeita de qualquer tipo de doença um veterinário seja consultado para melhor tratamento do seu animal.)


FontesPitiose cutânea em equinos: uma revisão. Disponivel em: <http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S1900-96072013000100009&script=sci_arttext>. TRATAMENTO DE PITIOSE EQUINA UTILIZANDO IODETO DE POTASSIO-RELATO DE CASO. Disponivel em: <http://revista.ulbrajp.edu.br/ojs/index.php/ciencia/article/viewFile/251/pdf>.




Encefalomielite Equina

É uma zoonose , causada por um vírus e transmitida por um mosquito. Provoca quadro neurológico em diversos animais e humanos, existe três formas distintas , duas ocorrem no Brasil (leste e oeste). 

A principal fonte de infecção são aves silvestres infectadas, e a via de eliminação é pelo sangue. A via de transmissão é indireta , pelo mosquito aedes spp ou culex spp, que pica o hospedeiro, através da picada, o virus entra pela pele. A forma Leste é a mais grave e pode matar o animal, porém há boa quantidade de casos de infecção inaparente.




O diagnostico pode ser direto ou indireto
Diagnóstico direto: feito por isolamento do vírus do cérebro de eqüinos mortos. Para obter melhores resultados, sacrificar animal enfermo.

Diagnóstico indireto: feito por sorologia. Técnicas empregadas: hemaglutinação-inibição, fixação do complemento, imunofluorescência indireta e soroneutralização

Tratamento: Ainda não há tratamento especifico. São adotados apenas processos preventivos e específicos como controle de febre e alivio da dor.

Prevenção: Nos eqüinos a medida mais recomendada é a vacinação. A vacinação pode ser ministrada através de vacinas bivalentes (leste e oeste), aplicadas em duas doses intervaladas de 7 a 10 dias, com revacinação anual. É recomendado que vacine os animais até a primavera, fazendo assim com que estes tenham uma proteção adequada no verão, período em que ocorre maior manifestação dos mosquitos, principais transmissores da doença. Os animais a serem introduzidos no rebanho devem passar por uma quarentena, para que sejam observados e confirme que estes não estão infectados. Todos os animais do rebanho devem ser vacinados juntos. As vacinas variam de acordo com a marca.


(Recomendamos que em caso de suspeita de qualquer tipo de doença um veterinário seja consultado para melhor tratamento do seu animal.) 

Fonte: Zoonoses, Maurício Garcia e Luciana Sutti Martins. Disponivel em: <http://www.mgar.com.br/zoonoses/aulas/aula_encefalomielite.htm>. 

AIE - Anemia Infecciosa Equina

  A anemia infecciosa equina (AIE) é causada por um RNA vírus do gênero Lentivirus, da família Retrovírus. O vírus, uma vez instalado no organismo do animal, pode não manifestar sintomas, porém se instala no animal por toda a vida. É uma doença crônica, mas também se apresenta em fases como: hiperaguda, aguda e subaguda.

Sintomas: Os animais infectados podem apresentar 
depressão e hemorragia nasal, hemorragias puntiformes embaixo da língua, febre de 39°C a 41°C, redução ou perda de apetite, anemia, inchaço no abdômen. A doença afeta também os jumentos, burros e mulas.


Contaminação: A transmissão ocorre através de picada de mosquitos dos estábulos; contato com a placenta, colostro e acasalamento, materiais contaminados com sangue infectado como agulhas, instrumentos cirúrgicos, sonda esofágica, aparadores de cascos, arreios, esporas e outros materiais.


Prevenção: Se o animal for positivo para o teste de IDGA. O animal deverá ser isolado e, mais tarde deve ser sacrificado, pois é transmissor da doença e apresenta risco para outros animais. Os materiais usados com esse animal deverão ser descartáveis. 

Tratamento: Por ser uma doença crônica o animal torna-se portador da doença e disseminador da mesma. Portanto não existe tratamento ou vacina.





(Recomendamos que em caso de suspeita de qualquer tipo de doença um veterinário seja consultado para melhor tratamento do seu animal.)

Fonte: Defesa Agropecuária, Anemia Infecciosa Equina. Disponivel em: <http://www.defesaagropecuaria.al.gov.br/sanidade-animal/anemia-equina/?searchterm=aie>.